quarta-feira, 24 de março de 2010

Disse que me disse:


Estudantes da UFMG recebem prêmio na Europa
por projeto arquitetônico que propõe transformação radical da favela da Serra, em BH.



O objeto do trabalho foi a ocupação de encostas, onde se formam as favelas, fenômeno comum no Brasil e em diversos outros países. Eles imaginaram uma forma de transformar esse tipo de assentamento a partir de seus próprios problemas, criando maior número de residências e, ao mesmo tempo, mais áreas verdes e espaços públicos. E mais: a favela do futuro seria melhor servida por transporte urbano e produziria alimentos, energia e empregos.

O objeto do estudo foi o Aglomerado da Serra, comunidade de 50 mil habitantes na região centro-sul de Belo Horizonte.
De acordo com Isabel Brant, do 8º período, a favela foi escolhida porque é um ambiente com enorme quantidade de problemas. “Se é possível resolver as questões das favelas, que já são caóticas e têm tudo que se imagina para os grandes aglomerados do futuro, será mais fácil atuar em outros tipos de povoamento”, afirma.
“Nossa idéia é viável”, garante Bernardo Araujo, colega de turma de Isabel. O projeto baseia-se apenas em tecnologias existentes. Sua concretização, na opinião dos estudantes, não é ímpossível. “Depende de vontade política e do entendimento de diversos agentes da sociedade”, receita Bernardo.

Maquetes do projeto Uma microcomunidade resolvendo problemas globais

“Lotes aéreos”



O projeto pretende reunir qualidades da habitação horizontal e da vertical, além de aproveitar as características das encostas. Os alunos planejaram a implantação de três tipos de construção, em metal ou concreto (ou ambos, sempre dependendo do custo). A primeira delas, destinada às moradias, ganhou o apelido de “grelha de habitação”.
Essa estrutura acompanha a inclinação do morro e cria vilas suspensas que, por sua vez, dão origem ao que a equipe chama de “lotes aéreos”, onde seriam construídas as casas. A ocupação das vilas seria ordenada e uma parcela significativa desses lotes, composta de praças, espaços gramados, quadras esportivas e outros locais de convivência social e cultural. Ali poderiam ser instalados também edifícios públicos como postos de saúde e delegacias de polícia.
“O projeto estimula a vida coletiva e se inspira em uma das grandes qualidades dessas ocupações, o sentimento de identidade entre os moradores, que se alia à vocação para a vida em grupo e a solidariedade”, conta Isabel. A estrutura da grelha seria dotada de poderosos sistemas de coleta e reutilização de água da chuva, geração de energia solar e reciclagem de lixo, além de garantir a circulação de ar e entrada de luz, através dos lotes sem construção destinados ao lazer e à convivência.

Fonte:
www.ufmg.br/boletim/bol1588

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