sábado, 27 de março de 2010

Garimpo

Entendida a cidade como um estabelecimento de edificações e usos dentro de um espaço, mesmo que não precisamente delimitado, podemos situar as “topias” no plano material (edificações) e virtual (usos). Isotopia remete-se a semelhança, planificação ou conexão aparente entre a identidade de um ou mais espaços ou a forma de apropriação deles. Em oposto, heterotopia representa a expressão das diferenças, distâncias e particularidades existentes entre as citadas esferas da habitação (edificação e uso). Já utopia, como representante do objeto não existente no plano material, mas somente no conjunto das idéias humanas, conforma-se a partir do desejo de existência física deste espaço imaginário, ou mesmo das possibilidades oferecidas por ele a serem incorporadas no esquema já existente no presente.


Um olhar particular nos revela interpretações diversas sobre a cidade em destaque, Belo Horizonte. Contudo, historicamente remete-se a primeira cidade planejada do país e com relevante influência da “belle epóque” européia Belo Horizonte foi inaugurada em 1897, composta por uma arquitetura contemporânea e eclética.
Contrastando com a solidez natural das montanhas, a rigidez humana dos edifícios instalou-se definitivamente e em meados da década de 30 foi iniciado o processo de
verticalização da cidade. Fato este, juntamente com várias mudanças que sofria a cidade, desencadeou um acelerado crescimento urbano. E aos poucos Beagá foi adquirindo características dignas de uma metrópole, fonte de desenvolvimento e instalação da mão-de-obra da massa humana controlada por monopólios industriais.


Hoje, séc. XXI, Belo Horizonte ainda se mostra em formação e mutação, ou seja, o que antes era um espaço isotópico tem se tornado heterotópico e vice-versa, conforme a necessidade do desenvolvimento da cidade.
Ao saímos pelas ruas de Belo horizonte, notamos que os espaços se diferem, se sobrepõem ou mesmo, simplesmente, mudam de perspectiva conforme a interpretação ou a forma que é usado pelo observador.

As ruas e avenidas do centro cidade podem ser consideradas espaços isotópicos, onde a presença das linhas retas são comumente utilizadas e diferem-se somente pelas suas distâncias. Em contrapartida, a de se notar as praças e parques da cidade, locais que por suas particularidades são caracterizados como heterotópicos, pois se diferem tanto usualmente quanto visualmente dos outros espaços. Como exemplo a Praça Sete de Setembro, Praça da Liberdade, Parque Municipal, Parque da Gameleira dentre outros. Há locais que se confundem como os shoppings centers, que podem ser considerados como heterotópicos pela sua aversão a cidade, como também isotópicos pelas suas estruturas padronizadas.



Em outros espaços ocorre uma mudança momentânea, como a Av. Afonso Pena, que em um dia da semana, domingo, deixa de ser um espaço isotópico para dar lugar a Feira de Artesanato conhecida como Feira Hippie, tornando-a assim um espaço heterotópico. Já nos edifícios conhecidos como “Torres Gêmeas”, localizados no bairro Santa Tereza a mudança foi definitiva. Um par de prédios destinados a serem ocupados de forma lícita logo tornar-se-iam um espaço isotópico, contudo isso não ocorreu, ainda inacabada a obra foi ocupada por sem-tetos. Sua fachada em tijolos à vista e a forma como é utilizado contrasta com a região tornando esses monumentos um espaço heterotópico.


A acrescentar, é notável na cidade a presença de espaços neutros e não-lugares, aqueles que quase não reparamos, que nos fazemos indiferentes diante deles, como alguns cruzamentos, pontes e passagens, ou seja, caminhos transitórios. Complexo de viadutos da Lagoinha, cruzamentos no centro de Beagá dentre outros exemplos.



Portanto, como profissionais de arquitetura e urbanismo, é nosso papel nos qualificarmos de modo que não aprendamos somente a saciar as vaidades da sociedade, mas também as suas necessidades enquanto componentes de um centro urbano em constante crescimento.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Disse que me disse:

Exótica arquitetura



--------------------------------------------------------------------------------
Conheça as 10 construções mais bizarras do mundo
Você acha que as construções de Neymeyer são diferentes? Estranhas? Revolucionárias? Isso porque você ainda não conheceu a casa de porcelana, no gelo, dentro de uma caverna ou, ainda, o carro-casa. O site do jornal norteamericano NY Daily News publicou um ranking com as casas mais bizzaras espalhadas pelo planeta, e o ONNE selecionou para você as 10 mais exóticas. Confira!


Você moraria em alguma delas?


1. AURA residence


A residência de AURA em Chipre, ilha situada ao sul da Turquia, é uma obra moderna e futurista. Baseada na obra “The Great Wave off Kanagawa”, do artista japonês Hokusai, a casa de campo é para quem tem gostos exclusivos, modernos e caríssimos.


2. The Under rock


Quer descansar embaixo de uma rocha? Essa casa, localizada perto da costa de Portugal, foi construída num pedregulho gigante!


3. Três andares na caverna


O casal americano Curt and Deborah Sleeper são os donos dessa curiosa casa de três andares construída dentro de uma caverna em Festus, Missouri (EUA).


4. No estilo extraterrestre


Essa obra do arquiteto finlandês, Matti Suuronen, projetada na década sessenta foi nomeada como a casa do futuro. Em um estilo bem peculiar, talvez quando os extraterrestres vierem para terra, eles escolham essa casa.


5. Casa de Gelo


Talvez você sinta um friozinho nesta casa feita inteiramente com gelo. Criada por dois artistas de Detroit (EUA), a casa é conhecida como “Ice House Detroit”.

6. Carro-casa


Você prefere um carro ou uma casa? Pois, seus problemas acabaram! O arquiteto Markus Voglreiter projetou o residencial carro-casa, com um investimento de aproximadamente $1 milhão de euros. No formato Volkswagen-Beetle-car, seu aluguel sai em torno de $ 2500 euros mensais.


7. A casa iluminada


Para quem tem medo do escuro, a casa iluminada é uma ótima saída. Decorada com mais de 420 mil lâmpadas, que funcionam como o próprio gerador do ambiente, a casa localiza-se em Drensteinfurt, Alemanha.


8. Da cama para piscina


Que tal acordar e já dar um pulinho na piscina? Olha a idéia que um morador em Auckland, na Nova Zelândia, teve.

9. Casa de porcelana


Desenvolvida pelo chinês Zhang Lianzhi no distrito de Heping de Tianjin, China, essa casa foi construída com 400 milhões de fragmentos da porcelana, cinco mil vasos antigos, quatro mil pratos e bacias de porcelana, sobre 20 toneladas de rochas e de ágata cristalinas. Avaliado em $65 milhões de dólares, 'Yuebao House' está aberta ao público como um museu.


10. Debaixo D’agua


Você gostaria de viver sobre a água? E se a entrada da sua casa se desse por um lago? A casa projetada pela John Pardey Architects conta com uma escada cujo único acesso é através de um lago. E aí você encararia essa?

Fonte:
http://www.nydailynews.com/real_estate/galleries/worlds_craziest_homes/worlds_craziest_homes.html

quarta-feira, 24 de março de 2010

Disse que me disse:


Estudantes da UFMG recebem prêmio na Europa
por projeto arquitetônico que propõe transformação radical da favela da Serra, em BH.



O objeto do trabalho foi a ocupação de encostas, onde se formam as favelas, fenômeno comum no Brasil e em diversos outros países. Eles imaginaram uma forma de transformar esse tipo de assentamento a partir de seus próprios problemas, criando maior número de residências e, ao mesmo tempo, mais áreas verdes e espaços públicos. E mais: a favela do futuro seria melhor servida por transporte urbano e produziria alimentos, energia e empregos.

O objeto do estudo foi o Aglomerado da Serra, comunidade de 50 mil habitantes na região centro-sul de Belo Horizonte.
De acordo com Isabel Brant, do 8º período, a favela foi escolhida porque é um ambiente com enorme quantidade de problemas. “Se é possível resolver as questões das favelas, que já são caóticas e têm tudo que se imagina para os grandes aglomerados do futuro, será mais fácil atuar em outros tipos de povoamento”, afirma.
“Nossa idéia é viável”, garante Bernardo Araujo, colega de turma de Isabel. O projeto baseia-se apenas em tecnologias existentes. Sua concretização, na opinião dos estudantes, não é ímpossível. “Depende de vontade política e do entendimento de diversos agentes da sociedade”, receita Bernardo.

Maquetes do projeto Uma microcomunidade resolvendo problemas globais

“Lotes aéreos”



O projeto pretende reunir qualidades da habitação horizontal e da vertical, além de aproveitar as características das encostas. Os alunos planejaram a implantação de três tipos de construção, em metal ou concreto (ou ambos, sempre dependendo do custo). A primeira delas, destinada às moradias, ganhou o apelido de “grelha de habitação”.
Essa estrutura acompanha a inclinação do morro e cria vilas suspensas que, por sua vez, dão origem ao que a equipe chama de “lotes aéreos”, onde seriam construídas as casas. A ocupação das vilas seria ordenada e uma parcela significativa desses lotes, composta de praças, espaços gramados, quadras esportivas e outros locais de convivência social e cultural. Ali poderiam ser instalados também edifícios públicos como postos de saúde e delegacias de polícia.
“O projeto estimula a vida coletiva e se inspira em uma das grandes qualidades dessas ocupações, o sentimento de identidade entre os moradores, que se alia à vocação para a vida em grupo e a solidariedade”, conta Isabel. A estrutura da grelha seria dotada de poderosos sistemas de coleta e reutilização de água da chuva, geração de energia solar e reciclagem de lixo, além de garantir a circulação de ar e entrada de luz, através dos lotes sem construção destinados ao lazer e à convivência.

Fonte:
www.ufmg.br/boletim/bol1588

Por um autor arquiteto. - Prof. Altamiro -

Belo Horizonte, minha cidade, a melhor, até por que desconheço como seria morar em outra. Contudo, apesar da conformidade, nunca estamos completamente satisfeitos com o que temos, e eu não sou diferente, esta capital possui suas qualidades e simultaneamente, não diria defeitos, mas sim lugares que poderiam ser melhores.


Dar uma volta por BH seria ótimo para mostrar exemplos de lugares dignos de elogios e outros merecedores de críticas, e nada melhor que o metrô para conduzir-nos nesse passeio, pois o transito na capital está um caos.

Em cada região que se situam as respectivas estações há situações a se resultar.


Para iniciar, a estação do metrô: local de profunda indiferença, onde sua monofuncinalidade, seu uso passageiro e forma física não personalizada caracteriza este ambiente com um não-lugar.







Vamos ao passeio!!!